A Santa Sé divulgou nesta quinta-feira, 5, um comunicado que antecipa o conteúdo da Nota que dá indicações sobre Ano da Fé, instituído pelo Papa Bento XVI por meio da Carta ApostólicaPorta fidei.
O Ano da Fé terá início em 11 de outubro de 2012, dia em que se comemora 50º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará em 24 de novembro de 2013, na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo.
“Com a promulgação de tal Ano, o Santo Padre tem a intenção de colocar ao centro das atenções eclesiais aquilo que desde o início de seu Pontificado, lhe está mais ao coração: o encontro com Jesus Cristo e a beleza da fé Nele. Por outro lado, a Igreja está bem ciente dos problemas que hoje a fé deve enfrentar e sente quanto é atual a pergunta que Jesus mesmo fez: ‘Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?’ (Lc 18, 8)”, destaca o comunicado publicado nesta quinta-feira pela Santa Sé.
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.: NA ÍNTEGRA: Comunicado sobre a nota com indicações para o Ano da Fé
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.: NA ÍNTEGRA: Comunicado sobre a nota com indicações para o Ano da Fé
Por isso, Bento XVI salientou a Cúria Roma, durante o encontro às vésperas do Natal deste ano, que “se a fé não retomar a vitalidade, tornando uma profunda convicção e uma força real graças ao encontro com Jesus Cristo, todas as outras formas permaneceram ineficazes”.
Em nome de Bento XVI, a Congregação para a Doutrina da Fé publicará então uma Nota com indicações pastorais para o Ano da fé. Tal Nota foi elaborada em acordo com alguns Dicastérios da Santa Sé e com a contribuição doComitê para a preparação do Ano da Fé. O Comitê, constituído junto à Congregação para a Doutrina da Fé, a mandato do Santo Padre, tem entre seus membros: os Cardeais William Levada, Francis Arinze, Angelo Bagnasco, Ivan Dias, Francis E. George, Zenon Grocholewski, Marc Ouellet, Mauro Piacenza, Jean-Pierre Ricard, Stanisław Ryłko e Christoph Schönborn; os Arcebispos Salvatore Fisichella e Luis F. Ladaria; os Bispos Mario Del Valle Moronta Rodríguez, Gerhard Ludwig Müller e Raffaello Martinelli.
A Nota será divulgada neste sábado, 7, e é composta por uma introdução e algumas indicações pastorais.
Redescoberta da fé
Em sua introdução, a Nota confirma que “o Ano da fé quer contribuir para uma conversão renovada ao Senhor Jesus e à redescoberta da fé, a fim que todos os membros da Igreja sejam testemunhas credíveis e alegres do Senhor ressuscitado, capazes de indicar a tantas pessoas que buscam a porta da fé”.
O comunicado lembra que o Ano da Fé coincide com o 50º aniversário do Concilio Vaticano II, que a partir da luz de Cristo quis aprofundar a íntima natureza da Igreja e o seu relacionamento com o mundo contemporâneo. Depois do Concílio, a Igreja se empenhou na recepção e aplicação do seu rico ensinamento, em continuidade com toda a tradição, sob a orientação segura do Magistério.
“Para facilitar a execução adequada do Concílio, os Sumos Pontífices convocaram várias vezes o Sínodo dos Bispos propondo à Igreja orientações claras por meio de diversas Exortações apostólicas pós-sinodais. A próxima Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, no mês de outubro de 2012, terá como tema: A nova evangelização para a transmissão da fé cristã”, esclarece o comunicado da Santa Sé.
O Vaticano também salienta neste comunicado que desde o início de seu Pontificado, o Papa Bento XVI se empenhou decisivamente para uma correta compreensão do Concílio e do Catecismo da Igreja Católica, que é um “autentico fruto do Concílio Vaticano II” (Carta apostólica Porta fidei, n. 4) e “renovamento da continuidade”. Assim, o Ano da fé será uma ocasião privilegiada para promover o conhecimento e a difusão dos conteúdos do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica.
Indicações pastorais
As indicações pastorais da Nota têm a intenção de favorecer “seja o encontro com Cristo por meio de autênticos testemunhos de fé, seja o conhecimento sempre maior dos seus conteúdos”.
O comunicado desta quinta-feira ressalta que estas indicações pastorais por sua vez não pretendem excluir outras propostas que o “Espírito Santo quiser suscitar” entre os membros do clero e os fiéis nas várias partes do mundo.
A Nota articula suas propostas em quatro níveis: 1) Igreja universal, 2) Conferência Episcopal, 3) Dioceses e 4)Paróquias, Comunidades, Associações e Movimentos.
Ela destaca que além da solene celebração para o início do Ano da Fé e vários outros eventos aos quais participará o Santo Padre, como a Assembleia do Sínodo dos Bispos e a Jornada Mundial da Juventude 2013, são definidas iniciativas ecumênicas para “invocar e favorecer o restabelecimento da unidade entre todos os cristãos”.
A nível de Conferência Episcopal, vem encorajada a qualidade da formação catequética eclesial e “uma revisão dos catecismos locais e dos vários subsídios catequéticos em uno nas Igrejas particulares para assegurar a eles a plena conformidade com o Catecismo da Igreja Católica”. Para isso, a Santa Sé espera um amplo uso da comunicação e da arte, por meio de “transmissão televisiva ou radiofônica, filmes e publicações” podendo assim atingir um grande público.
A nível diocesano, o Ano da fé vem considerado, entre outros, como “renovada ocasião de diálogo criativo entre fé e razão por meio de simpósios, convenções, jornadas de estudo, especialmente nas universidades católicas”, e como tempo favorável para “celebrações penitenciais nas quais se requer o perdão a Deus, também, e especialmente, pelos pecados contra a fé”.
A nível paroquial, a proposta central permanece a celebração da fé na liturgia, em particular na Eucaristia, porque “na Eucaristia, mistério da fé e surgimento da nova evangelização, a fé da Igreja vem proclamada, celebrada e fortifica”.
Secretaria especial e site para o Ano da Fé
“Junto ao Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização será instituída uma especial Secretaria para o Ano da fé para coordenar as diversas iniciativas propostas pelos vários Dicastérios da Santa Sé ou qualquer evento de relevância para a Igreja”. O comunicado esclareque que esta secretaria “poderá também sugerir propostas para o Ano da fé” e disporá de “um site especial a fim de oferecer cada informação útil” sob esse aspecto.
Por fim, a Santa Sé salienta que as indicações oferecidas na Nota têm o objetivo de convidar todos os membros da Igreja a empenharem-se no Ano da fé para redescobrir e “dividir aquilo que o cristão tem de mais precioso: Cristo Jesus, Redentor do homem, Rei do Universo, ‘autor e consumador da fé’ (Heb. 12: 2)”.
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