A Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, fundada em 05 de dezembro de 1910 por alemães, com a colaboração de Irmãs contemplativas brasileiras, a segunda congregação nascida na Amazônia, é hoje uma congregação internacional, marcando presença em quatro Continentes: Europa, África, Ásia, América do Norte e do Sul é uma historia de amor, de dedicação, de ideal missionário, mas marcada por grandes sacrifícios. Neste ano em que celebramos o Centenário da Congregação vocês vão conhecer um pouco mais dessa história registrada em suas crônicas. Dom Amando Bahlmann, OFM, alemão, segundo prelado de Santarém, “desde os primórdios de sua gestão em Santarém, ansiava conseguir, para a sede da Prelazia, religiosas a quem pudesse confiar a formação da juventude feminina”. Depois de convidar Irmãs de diversas Congregações_ sem resultado positivo de aceitação _resolveu fundar sua própria Congregação. Em 1910 dirigiu-se para o Rio de Janeiro e lá consegue, junto às Irmãs Concepcionistas da Ajuda, interessar quatro Irmãs de clausura para o exercício do apostolado ativo. Em seguida partiu para Roma e dali a Alemanha, onde procuraria “encontrar uma professora disposta a entrar na Congregação que ele tencionava fundar em Santarém”. Por indicação da Abadessa de Muenster, do convento das Clarissas de Duesseldorf, apresentou-se pessoalmente a D. Amando, como candidata à dedicar-se à instrução e educação da juventude feminina de Santarém , a professora Elizabeth Tombrock, jovem miraculada em Lourdes a 15 de agosto de 1909.
Solicitou então Dom Amando às clarissas de Muenster que Elizabeth fosse admitida ali provisoriamente, a fim de melhor prepara-se para a vida missionária e para que pudesse chegar a Santarém já revestida do hábito religioso. Sua admissão deu-se no dia 06 de agosto de 1910, ficando marcado o dia 15 de agosto, primeiro aniversário de sua cura em Lourdes para a tomada do hábito. Uma singularidade: a postulante recebia o hábito branco e azul das Concepcionistas, às quais viria juntar-se no Brasil, mas não era Concepcionista; era admitida no Convento das clarissas, mas não era Clarissa. Elizabeth destinava-se a ser a semente de uma nova congregação missionária que seria fundada em Santarém. Ao receber o hábito religioso foi-lhe dado o sugestivo nome de Maria Imaculada. A partir dali, deixava de existir a senhorita Elizabeth Tombrock, para, em seu lugar, surgir a Irmã Maria Imaculada de Jesus.
Em setembro do mesmo ano, Irmã Imaculada embarcou no navio “Rei Guilherme II”, com destino ao Rio de Janeiro, onde chegou a 28 se setembro. Aí chegando, juntou-se às quatro religiosas da Ajuda com quem viajou no dia 04/10, festa de S.Francisco, para Santarém. No porto de Salvador – BA, D.Amando juntou-se ao pequeno grupo missionário. A viagem foi cheia de peripécias, mas no dia 13/11/1910, os viajantes chegaram a Santarém, onde foram recebidos com alegria pelo povo e senhoras de sociedade santarena. Em Santarém a primeira residência das Irmãs foi uma casa alugada à Rua Floriano Peixoto, atrás da Matriz. Como marco inicial dos trabalhos missionários da novel comunidade, as Irmãs abriram, no próprio convento, um pequeno orfanato para meninas e fundaram uma escola mista para alunos de 6 a 18 anos de idade. Irmã Imaculada como educadora exercia verdadeiro fascínio sobre as crianças. Enquanto se desenvolviam as atividades das missionárias em Santarém, Irmã Imaculada ia recebendo noticias de sua terra natal de que outras jovens se mostravam desejosas de abraçar a vida missionária, integrando-se à nascente comunidade de Santarém. Nos anos seguintes de 1911 a 1913 chegaram sucessivamente, postulantes da Alemanha, ao todo dezessete. Pouco depois, acontecimento desalentador abateu-se sobre a comunidade: duas noviças foram vitimadas pela febre amarela, falecendo Irmã Teresa a 10/04/1912 e Irmã Clara no dia seguinte. Grande foi o sofrimento de Irmã Imaculada, mas não se deixou abater. Esse acontecimento, longe de esfriar o entusiasmo pelo ideal missionário de futuras candidatas, antes veio aumentá-lo. Novos pedidos de admissão eram feitos na Alemanha, prova evidente de que Deus abençoava a obra missionária de Santarém.
Em maio de 1912, Madre Coleta, uma das Concepcionistas vindas do convento da Ajuda e mais duas noviças brasileiras, Irmãs Cecília e Águeda (ambas santarenas) empreenderam penosa viagem, a maior parte em canoa, que durou mais de dois meses, para instalar uma casa na Missão do Cururu, entre os índios Munduruku, no alto Tapajós, atendendo a um apelo dos missionários franciscanos Frei Hugo Mense e Frei Luis Wand. Com o número crescente das Irmãs e órfãs, houve a necessidade de uma casa mais ampla que fosse capaz de abrigar o convento e o orfanato. Planejou-se então a construção do Orfanato Santa Clara. O lançamento da pedra fundamental teve lugar no dia 15/08/1913. Nessa mesma solenidade, duas jovens santarenas eras admitidas à Congregação - como realizar uma obra de tal envergadura, se faltavam por completo os recursos financeiros? Mas com fé inabalável na Divina Providência, foi dado início à construção da casa almejada, o que é hoje o Colégio Santa Clara. Como a fé faz milagres, no dia 31 de maio de 1915, religiosas e órfãs mudaram-se para o novo convento, ainda não concluído, mas já capaz de abrigar as freiras e órfãs então existentes. A fundação do Colégio Santa Clara foi em decorrência da necessidade de escolas para atender principalmente as crianças pobres e órfãs e também pelo forte desejo de madre Imaculada de se dedicar á causa educativa.Santarém do Pará, lugar abençoado por Deus, onde brotou este grande fruto com certeza um grande presente de Deus para toda a humanidade.
Louvado seja nosso Deus e Único Senhor, por seu Filho, nosso Salvador Jesus e com a luzes do Seu Espírito fez da pequenina Santarém o berço abençoado dessa ordem religiosa que hoje se espalha pelo mundo levando a fé firme e poderosa na Palavra, a esperança no Reino de Deus e o cultivo do amor ao próximo. Amém!
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