23 janeiro, 2012

Papa em Cuba: Rádio Vaticano entrevista o Embaixador do país junto à Santa Sé




Cidade do Vaticano (RV) – Estamos a poucas semanas da viagem pastoral de Bento XVI a Cuba, que se realizará de 26 a 28 de março. Por essa ocasião, o Vaticano conversou com o Embaixador de Cuba junto à Santa Sé, Eduardo Delgado, com quem recordou os 14 anos da visita histórica de João Paulo II.

O Embaixador destacou a importância e os resultados daquela visita, como o restabelecimento do Natal como festa nacional e a abertura de um diálogo permanente com a Igreja Católica no país sobre diversas questões pastorais. “Nós cubanos nutrimos um grande afeto, ousaria dizer amor, pelo beato João Paulo II”, disse Delgado.

Questionado sobre a existência de uma continuidade entre a visita de Karol Wojtyla e a de Bento XVI, o representante cubano confirmou essa relação, e assinalou um aprofundamento nas relações bilaterais.

Sobre a anistia consentida pelo Governo aos quase três mil presos, no último 28 de dezembro, o Embaixador disse que o ato teve um duplo caráter: foi um gesto soberano e, ao mesmo tempo, humanitário (principalmente para com os presos de muita idade ou gravemente doentes). Então ressaltou que as anistias, em Cuba, são de praxe, sendo realizadas, mais ou menos, uma vez por ano. Complementou que o fato de isso ter sido feito nas vésperas da visita do Papa à Ilha pôs ainda mais peso ao caráter humanitário.

“Em qualquer situação – declarou o Embaixador – a visita do Papa é sempre acolhida com grande simpatia e grande expectativa, com manifestações de afeto e de respeito”. Relembrou ainda que essa visita coincide com o final da peregrinação nacional da Nossa Senhora do Cobre, cuja imagem, no final de agosto, terá atravessado toda a Ilha. Acrescentou que essa peregrinação criou um clima particular de espera pela chegada do Papa.

A entrevista concluiu-se com uma análise da relação entre os dois Estados por parte do Embaixador: “As nossas relações já duram 76 anos ininterruptos. No plano internacional, a Santa Sé sempre declarou-se contrária ao bloqueio comercial contra a Ilha e esteve próxima em situações de calamidades naturais.” “A palavra do Papa – afirmou – influencia positivamente as pessoas e o desenvolvimento da sociedade, e assim o será também nessa visita”.





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