Neste mês de maio a Igreja celebrou dois grandes
acontecimentos: a beatificação do papa João Paulo II dia 1º e de Irmã Dulce, dia
22. João Paulo, já na sua morte, havia sido reconhecido santo pelo povo que o
proclamava “santo súbito”. A irmã Dulce, já em vida, o povo da Bahia que
conhecia de perto seus gestos em favor dos doentes pobres, gozava publicamente
da fama de santidade. Agora oficialmente a Igreja, com a prudência exigida
nestes casos pela suas leis, proclama que ambos são “beatos”, isto é, gozam da
beatitude que é a visão de Deus, face a face, na glória dos céus.
João Paulo II teve a participação de 1.500.000
fiéis na Praça São Pedro no dia 1º de maio na missa do Santo Padre atual que, no
seu pontificado, fora seu valioso colaborador nos vários setores da vida
eclesial. O Papa escolheu aquele domingo dia 1º, por ser o domingo da
misericórdia, festa da devoção de João Paulo II.
Quanto à Irmã Dulce, permitiu o Papa que a
proclamação de sua santidade, como “Beata”, pudesse realizar-se, não em Roma,
mas na própria Bahia, onde ela vivera, como religiosa e ardorosa defensora dos
pobres e dos doentes sem recursos. São estas as riquezas da Igreja: os seus
filhos que souberam viver os recursos da graça no silencioso recato de suas
vidas.
Irmã Dulce teve singular felicidade de receber a
visita pessoal do Papa João Paulo II, no seu leito, por estar doente. Isto se
deu na segunda visita do Santo Padre ao Brasil em 1991. Merecia ela esta
singular atenção do Pontífice, por ter sido o anjo dos pobres, sobretudo dos
doentes.
Em 1939 Irmã Dulce ocupou cinco casas numa ilha
para abrigar doentes que recolhera das ruas sendo daí expulsa, peregrinando com
seus doentes por vários lugares, a ponto de transformar em albergue o galinheiro
do Convento Santo Antonio. Sua predileção era pelos que nada tinham. Sua ação,
nos seus 78 anos de vida, foi sempre em favor dos que nada tinham.
O título de “Serva de Deus” lhe foi dado no ano
2000; o milagre aceito pela Igreja foi realizado no interior do Nordeste. Uma
mulher que havia dado à luz uma criança e tivera hemorragia que os médicos em 3
cirurgias não conseguiam estancar, teve-a estancada subitamente quando um grupo
de pessoas pediu a intercessão de Irmã Dulce, o “Anjo bom da Bahia”.
Penso que os católicos que tiveram a alegria de
ver beatificado o Papa João Paulo II no dia 1º pp., têm agora um motivo a mais
para louvar a Deus e agradecer-lhe a beatificação de nossa querida Irmã Dulce,
que foi em vida o “Anjo bom da Bahia”. Os dois novos beatos nos protejam junto
de Deus.
Dom Benedicto de Ulhoa VieiraArcebispo Emérito de Uberaba - MG |
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